Oficial encarregado de conferir e verificar os títulos de nobreza, de declarar a paz ou a guerra e de fazer proclamações solenes.

20061111

O TAL DIA...

Caminho sobre um Sol escaldante de Outono, nesta estação que meteorologicamente nos confunde, penso nas minhas primaveras, a juventude há muito que se eclipsou morfologicamente, as responsabilidades caem sobre mim em catapulta, a minha vida e a de alguns depende do meu desempenho, amargo o pão que o diabo amassou com vigor, mas sinto o desenvolvimento da vulgaridade a amarfanhar-me, luto por um bem comum, sem descurar o meu, mas começo a sentir o desgaste da falta de realização pessoal, pois nem todos que dependem de mim estão bem. Os anos vão passando, mais meia dúzia e o meio século bate-me á porta, o aspecto e o comportamento nas horas de lazer, por vezes parecem de um teenager, no fundo deve ser a recusa constante do envelhecer, ou a minha capacidade ou falta desta, de reconhecer que os anos também passam por mim. No dia em que devia festejar a data do meu nascimento como quase toda a gente faz, há muitos anos que eu não sinto vontade de o fazer e parece que desejo que todos a esqueçam, como é óbvio isso não acontece e aguardo ansiosamente para apagar as velas e poder ficar só com minhas reflexões. Globalizando os meus pensamentos, noto que recebi uma prenda que me agradou muito, a primeira ida ao tapete do meu inimigo de estimação( George W. Bush), em contrapartida a pena de morte de Saddam Hussein, apesar do estafermo que é, achei uma hipocrisia os protestos tímidos desta Europa adormecida e subserviente ao asinino que se acha o rei da liberdade. Por falar desta, no meu dia também se festejou a queda do muro de Berlim, mas até agora os resultados… No nosso país, o mais relevante foi a possível nova lei taxativa á Banca em contrapartida lemos que já foram gastos 87 milhões de euros em estudos do TGV, nada mau para quem quer apertar tanto o cinto á maioria dos portugueses. Mas voltando a mim, estará longe o dia em que eu possa dizer que valeu a pena ter lutado tanto pela minha felicidade, há dias em que vejo o Sol brilhar, outros enevoados e em outros uma luz a guiar-me para a alcançar. A partilha é intrínseca em mim e sem ela eu nunca mais deixo de ser metade.

13 Comments:

Blogger Migas (miguel araújo) said...

Viva Caro Arauto
Segundo depreendo das suas interessantes palavras, aquilo que merece o primeiro realce é PARABÉNS!
E fico-me pelo seu último parágrafo: "estará longe o dia em que eu possa dizer que valeu a pena ter lutado tanto pela minha felicidade, há dias em que vejo o Sol brilhar, outros enevoados e em outros uma luz a guiar-me para a alcançar".
Mas a essência da nossa vida é mesmo isso, meu caro.
É sentir a insatisfação do dia-a-dia que nos motiva para alcançar melhor. São os dias enevoados ou mesmo encobertos que nos fazem "lutar" pelos dias de sol a brilhar.
E sem esta azáfama e luta constante, o que seria de nós?! Máquinas?! Robots?! Nada?!
Um abraço

10:23 da tarde

 
Blogger Pé de Salsa said...

Bom dia Arauto (da Ria)!

Antes de mais, talvez com atraso de um dia (será?), os meus PARABÉNS!

Este é um texto de alguém que luta por algo em que acredita. Que sofre por nem sempre alcançar o que se propôs atingir (especialmente para bem dos outros). Mas que, sobretudo, vive intensamente e não desiste nunca.

O pormenor da frase "o aspecto e o comportamento nas horas de lazer, por vezes parecem de um teenager"...fez-me sorrir.
É que há pessoas que serão sempre jovens e outras que já nascem com mentalidade de velhas.

Embora o sinta muito nostálgico (e como o entendo...), gostei da sua descrição e do seu desabafo.

O final - "Mas voltando a mim, estará longe o dia em que eu possa dizer que valeu a pena ter lutado tanto pela minha felicidade, há dias em que vejo o Sol brilhar, outros enevoados e em outros uma luz a guiar-me para a alcançar. A partilha é intrínseca em mim e sem ela eu nunca mais deixo de ser metade." - está divinal e de acordo com o ser humano que imagino que seja.

Desejo-lhe um bom Domingo.

11:49 da manhã

 
Blogger Al Berto said...

Viva Arauto:

Simples e belo, o seu texto.
Sobre a sua preocupação, que nos é comum, a melhor opção é deixar de contar os anos e aguardar que a saúde, esse bem que não tem preço, esteja sempre presente.
O resto são preocupações mesquinhas comparados com ela.

Um forte abraço,

PS: O Saddam foi condenado a pedido do apedeuta Bush para ver se lhe rendia mais uns votos mas... o "tiro saiu-lhe pela culatra".

2:57 da tarde

 
Blogger Terra e Sal said...

Ó meu Caro Arauto, então?
A festejar mais um ano de vida e desanimado com ela?
Parece-me que o meu amigo está em “baixo de forma” como me parece também que mesmo com alguns anitos já, ainda não se apercebeu que todos nós, somos como a própria natureza, ou não fizessemos nós, intrinsecamente, parte dela...

Uns dias somos como o sol, levantamo-nos radiantes...
Outros, sentimos a alma cheia de nevoeiros mas temos também aqui a vantagem de sabermos que é temporário...

E antes de continuar deixe-me dar-lhe os parabéns por mais um aniversário...
Imagine os milhões que partiram antes de terem a felicidade de terem chegado tão “longe”.
E outros da sua idade que em nenhum momento das suas vidas souberam o que era não ter fome...

Mas o meu Amigo, nem por isso, nem por se ter aguentado já alguns anitos, lhe dá o direito de ser assim “egoísta”como o seu texto me reflectiu.

É que para já, e perdoe-me, eu não concordo com essa coisa de dizer que vê os anos a passar e não atingir aquilo que almejava...
Quem vive as coisas com dedicação e interesse, com a alma e o coração, e pareceu-me ser o seu caso, deve sentir sem desanimo todos os dias, a vida a pulsar dentro de nós, e só sentimos a sua pulsação se ela obrigar à luta, independentemente, de uma qualquer recessão económica, profissional, familiar, ou pessoal...
A vida torna-se interessante é com os seus desafios, tal e qual o futebol, se for fácil não tem interesse.
Imagine o entusiasmo de rapaz quando começou a despertar para ela, através da aprendizagem porque todos passamos. O gozo que lhe dava ir vencendo os degraus, atingindo patamares um a um, os sacrifícios que tinha de fazer para ter coisas que hoje à distancia, considera insignificantes.
Mas foi ou era bom, era gratificante, havia entusiasmo, sentia-se capaz de os subir todos e se calhar subiu mesmo já que, ao céu ninguém chega mas isso não impede de o tentarmos.

Agora, atingidos que foram alguns patamares não lhe dá o direito de ser comodista e pensar como um “velho do Restelo” de que já não vale a pena continuar.
Todos nós temos dentro de nós uma composição “filosófica” complicada, e ou alimentamos a que nos estimula positivamente ou damos de comer à outra, aquela que nos desmotiva...
É sabido que se impõe aquela que tiver melhores “condições físicas” e isso só depende de nós.
É que a vida não passa de umas férias que a morte nos concedeu, e ou as vivemos intensamente ou deixamos ficarmo-nos deitados na cama a apodrecer e a torna-las ainda mais curtas do que elas efectivamente são...
O meu amigo ainda nem sequer chegou a meio dessas férias e já se começa a lamentar que não consegue fazer o que tinha idealizado fazer e, “egoisticamente” não valoriza ainda, o que fez até agora mediante as condições e revezes que teve...
Olhe que cá para nós é preciso ter “lata”
É que tem de se “mexer”...
Se não o fizer, imagine como será quando chegar a altura de começar a fazer as “malas”para abalar...
Aí sim, vai regressar ao “sítio” amargurado...

Depois, o que é isso de nos sentirmos ou não realizados?
Quem é que se sente efectivamente realizado?
Os que ganham muito dinheiro?
Será que qualquer um seria capaz de se sujeitar ao modo da maioria deles?
Depois a maioria das outras pessoas, penso que a maioria de todos nós, faz aquilo que não quer e não gosta...
E só por interesses que nada têm a ver com a realização profissional e pessoal é que por lá continuam...
E no entanto, ao “faz de conta” vendem alegria, entusiasmo e dizem-se realizados...
Mas isto acontece com todas as vertentes sociais...

Acaso nos realizávamos se fossemos donos do mundo?
Acha que éramos capazes de dar satisfações a tudo quanto ele tem de negativo?
Será que o Bush se sente realizado?
Mas para não falar nesse “malvado” eu pergunto:
O Cavaco Silva, o Durão Barroso, o Santana Lopes, o Mário Soares, o próprio Sócrates e todos os outros, de cá ou de fora...
Será que, eles, que nos governam ou desgovernam, o país, ou o mundo,
se sentem efectivamente realizados?
Todos eles, tal como o “Zé povinho” sentem-se “felizes” ao faz de conta”...

Acha que eles, em algum momento fizeram alguma reflexão ou meditação do que andam por aí a fazer como o meu Amigo Arauto nos acaba de demonstrar que fez?
Em algum minuto pensaram nos milhões que não ajudaram e até desgraçaram pelas suas incapacidades?
Será que alguma vez fizeram uma introspecção e reconheceram que efectivamente não tinham capacidades e que andaram a “burlar” os outros?
Será que alguma vez sentiram que foram maus para aqueles que cegamente confiaram neles?
Será que têm remorsos por terem trocado os interesses mais básicos, mais primários, dos outros, de milhões de pessoas, por mordomias e banalidades pessoais?

Era a discussão de tudo isto, das nossas “fraquezas” um motivo interessante de horas de conversa com pontos e contrapontos e isto aqui não dá...
É que, mal começamos a “conversa” logo milhares de caracteres saltam para a frente dos nossos olhos e enchem maçuda e fastidiosamente tudo isto, e por isso vou acabar...
O pouco ou nada que disse foi para justificar ter-lhe chamado “egoísta” lá em cima.
Mas com certeza também se apercebeu que foi com estima por si, pela riqueza dos seus sentimentos.

Se você se sente mal por não conseguir atingir as suas “metas” imagine aquela “cambada” que lhe mencionei acima, esses sim, cada vez mais nos põem mais a tinir...
E sentem-se sempre “realizados”
Eu penso que enquanto trabalhar, enquanto tiver forças para isso, continue com entusiasmo porque isso é que é viver bem as “férias” que lhe foram concedidas e se não conseguimos dar pão de ló àqueles que estimamos damos broa para que não morram à fome e o que é preciso para nos sentirmos “realizados” é acima de tudo termos a consciência tranquila de que fazemos o melhor que sabemos...
É que assim quando chegar a hora de abalarmos fazemo-lo com paz e tranquilidade e com a certeza de que, não foi por falta de esforço que não fizemos melhor.

Um abraço e longa vida para si Arauto

3:38 da tarde

 
Blogger Angela said...

Em primeiro lugar, muitos parabéns (apesar de atrasados).

Partilhaste connosco uma reflexão muito íntima. Abriste a tua alma, não pondo de parte a crítica política! :-)

A introspecção faz bem. Há pessoas que infelizmente só olham para os outros e nunca para elas próprias. Não é o teu caso.

Só me apetece desejar-te tudo de bom. Que sigas com tranquilidade o(s) teu(s) caminho(s).

Beijo grande.

10:50 da manhã

 
Blogger Luís said...

É bom partilhar. Nem que seja partilhar o cansaço que todos sentimos de lutar. Hoje sinto-me com vontade de baixar os braços e nada me vale a pena. Pode ser que amanhã seja melhor.

Vou esperar por aquela luz que dizes que te vem guiar para alcançares a felicidade. Que ela me guie a mim também...

1:17 da tarde

 
Anonymous Anónimo said...

Isto parece o refugio dos desgraçadinhos.
ANARCA

8:05 da tarde

 
Anonymous Anónimo said...

Bom voltar aqui, já tinha saudades também!!!
Parabéns, antes de tudo, celebras a vida!!! Isso é que importa. Não te preocupe com o tempo..30,40,50...que diferença faz para nossa alma? Nenhuma !!! Te garanto...e eu já chequei ao 50.
Quanto "o aspecto e o comportamento nas horas de lazer, por vezes parecem de um teenager..", não se preocupe, pois essa idade é da alma!!!!
Grande beijo e apareça sempre.
Eärwen Tulcakelumë

3:43 da manhã

 
Anonymous Anónimo said...

Vou deixar um presente, e quero que você receba muitos aplausos.
Carinhosamente,
Eärwen Tulcakelumë
15.11.06

" A vida é uma peça de
teatro que não permite ensaios.
Por isso cante, ria, dance, chore
e viva intensamente cada momento,
antes que a cortina
se feche e a peça termine
sem aplausos"...

3:46 da manhã

 
Blogger jguerra said...

Já não vale a pena deixar os parabéns... mas não esqueças, caro Arauto, que ainda que a vida tenha acontecimentos que nos pareçam maus, devemos olhar em frente e lutar para que se tornem bons.

Parabéns pelo Blog

11:02 da manhã

 
Anonymous Anónimo said...

Arauto de sonhos, de todos os sonhos.

4:10 da manhã

 
Anonymous Anónimo said...

Toda a saudade que sinto é de você, sempre.

2:58 da manhã

 
Blogger Unknown said...

Nunca é tarde demais para desejar parabéns e muitas felicidades a um amigo, por isso PARABÉNS! E tudo de bom para ti! A vida nem sempre é como desejamos, os sonhos nem sempre são cor de rosa, mas temos de aproveitar o que há de bom!
Adoro a forma como escreves!
Beijinhos grandes e muitas felicidades! Hoje e sempre!

4:35 da tarde

 

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