Oficial encarregado de conferir e verificar os títulos de nobreza, de declarar a paz ou a guerra e de fazer proclamações solenes.

20060917

A TRISTE ESCURIDÃO

Anoitece precocemente para as pessoas que estão habituadas a viver com o seu Sol. A nossa população envelhece assustadoramente e as reformas, tanto sociais, como estruturais estão decrépitas como a nossa gente. Como é hábito neste País, os nossos Governantes, metem sempre a cabeça debaixo da areia e não criam nem criaram meios para resolver os problemas daqueles que toda a vida lutaram e trabalharam, para criar riquezas, económicas, sociais, culturais e outras que embora não sejam muitas, foram o suficiente, para que o que lhes resta de vida, seja passada condignamente. Os nossos avós e os nossos pais, vivem um drama que a nós, só nos começa a preocupar, quando o sentimos na carne, ao vermos os nossos ascendentes com problemas que a velhice carrega como a solidão, a inutilidade e a doença. Nós filhos ou netos, se soubermos ser gratos a quem nos deu tanto, temos que nos desdobrar em esforços de toda a ordem para que os nossos idosos, sejam pelo menos “quase felizes”. Há muita gente, que por mais que queiram, não conseguem resolver o problema estrutural e de acolhimento e os idosos tendo essa consciência, sofrem, e amargurados suplicam pela morte, para não serem um estorvo para os seus. Trabalham de sol a sol, para auferir salários que mal lhes dá para uma sobrevivência sub nutrida. Há outros figurões que pura e simplesmente se esquecem dos seus, quando deixam de precisar, receberam muito e até vivem bem, mas para eles o importante é satisfazer o seu ego, com viagens, férias e festas. Divertem-se e julgam-se felizes, porque são vazios, não tem vergonha e são despojados de qualquer sentimento. Os seus filhos assistem indiferentes, porque foram educados sob estes parâmetros perversos. Não tem tempo nem estrutura, para olhar para a educação e para o exemplo que devem dar aos filhos, para amanhã não chorarem lágrimas de crocodilo. Muitos há, que não têm nada nem ninguém. Sem recursos para pagar um lar (pois também não há um asilo social que tenha uma vaga),”sem eira nem beira” vão labutando, nem que seja pela caridade alheia, vegetando e deambulando pelas ruas frias e impessoais, sendo estas algumas vezes as suas casas e o seu fim. Muito mais exemplos podia apontar, num pequeno País em que a miséria grassa e se está a alastrar em várias vertentes, Alguns, vivem despidos de valores sentimentais e sociais, aonde a preocupação maior é olhar para o umbigo e tudo o resto é (atirado ás malvas) secundário e pouco relevante, dando a sensação que este padrão é o normal e o verdadeiro. Os sentimentos, como o amor, a fraternidade, a solidariedade e a amizade são palavras que não passam de chavões do nosso vocabulário. São demasiado vulgares na nossa linguística diária e raros na sua aplicabilidade. Não sou velho, mas parece, pois cada vez vejo mais longe estes sentimentos que nos tornavam seres humanos, mais lindos e nos enchiam de orgulho quando os púnhamos em prática e eram muito gratificantes quando os recebíamos. Os nossos idosos na generalidade, vegetam carenciados de afectos como o amor, a amizade e a solidariedade e mimos, porque não? Não dizem que “com a idade vem outra vez a meninice”, são sentimentos naturais e que deviam brotar de nós com a naturalidade, como quando respiramos, se assim fosse os nossos ascendentes não sentiriam tão cedo a triste escuridão.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Arauto, boa noite.
Este é um problema comum na sociedade ocidental que não respeita os anos de vida e de trabalho de quem nos deu a vida e o exemplo.
Todos vivem como se amanhã não fossem se tornar velhos e abandonam seus ascendentes como trastes.
É muito triste e desesperançoso ver os mais velhos abandonados à própria sorte, sozinhos, sem um carinho, sem arigo, sem amor.
Triste realidade, muito triste.

beijos e boa semana para você.

5:43 da manhã

 

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